Moto portuguesa estreia-se
no próximo Lisboa - Dakar
O modelo foi desenvolvido pelo mecânico Luís Torres com apoio do Departamento de Mecânica da Universidade de Aveiro (UA) numa colaboração inédita.
A moto será conduzida pelo motard Pedro Oliveira, de Vila Nova de Gaia, que fará a segunda tentativa para chegar ao final da prova.
Em 2007, na sua estreia no Lisboa – Dakar, o piloto de 33 anos foi obrigado a desistir ao sétimo dia corrida por motivos técnicos, quando seguia em 27º lugar.
Este ano, fruto de um investimento de 300 mil euros, Pedro Oliveira conseguiu formar uma equipa própria e construir a mota Dakar Tech que mostrou na UA.
Seguem-se agora os testes na dureza das estrada, mas o piloto acredita que poderá ter condições para chegar às praias do Senegal.
“As motos normalmente são compradas no estrangeiro, a outras marcas, nós acreditamos que temos em Portugal tecnologia à altura”, disse Pedro Oliveira que na edição anterior do rali usou uma máquina francesa.
Para isso, rodeou-se da experiência do mecânico Luis Torres, que prepara motos há dez anos para corridas nos desertos, e foi à UA bater à porta do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação para encontrar soluções técnicas avançadas.
“Temos uma moto 100% nacional, foi um grande desafio”, afirmou Pedro Oliveira perante dezenas de curiosos.
A moto está pronta para a dureza das provas mas vai ser agora submetida a testes, tendo pela frente novas fases de aperfeiçoamento.
“A nossa ambição, para já, é acabar o rali, sem forçar muito”, contou o piloto, esperando que os patrocinadores contactados venham a corresponder ao esforço de levar um modelo inteiramente nacional ao Lisboa – Dakar.
Pedro Oliveira
Autonomia e fiabilidade
Os investigadores da UA e alunos de mestrado de engenharia mecânica conseguiram responder a vários pedidos da equipa, nomeadamente na optimização estrutural e aumento de performance, garantindo autonomia e fiabilidade necessária para uma tão exigente prova do todo-o-terreno.
Apresentaram ainda ideias para melhoramentos de ergonomia e design da moto com utilização de novos materiais.
Componentes da moto foram submetidos a situações extremas de temperatura e carga para activar sistemas de arrefecimento e amortecimento desenvolvidos.
in Notícias de Aveiro em 02/11/2007