CURVAR
Física, Físico e...Cabeça!
Tanto em pista como em estrada
Aconselhamos a que faça uma inspecção periódica à sua moto. Verifique os travões, embraiagem, folgas nas manetes e nos pedais, sistema eléctrico (faróis e piscas) pressão dos pneus e ajuste dos retrovisores. Com esta pequena mas eficaz verificação são muitos os “imprevistos” que se podem evitar.
A pilotagem deve ser feita tendo sempre em conta uma boa postura do corpo, com a coluna vertebral direita, braços descontraídos e ligeiramente dobrados, os pés devem estar paralelos e sempre próximos do travão e da embraiagem, assim são mais eficazes a situações em que é necessário travar ou reduzir em caso de emergência.
Ao curvar o essencial é faze-lo sempre tendo em conta a relação entre a moto e o piso, é muito diferente a abordagem de uma curva quando feita por uma superdesportiva, uma custom ou uma trai. Cada máquina tem uma reacção diferente e cabe ao (bom) piloto saber isso.
Areia, buracos e poças de água ou de óleo na estrada são os maiores inimigos de uma moto em curva, por isso olhe sempre bem para o mais longe possivél da curva de modo a antever potenciais obstáculos. Uma boa leitura das condições da estrada são muitas vezes a diferença entre seguir em frente ou cair.
Direita ou esquerda?
Um dos segredos para uma boa execução de uma curva está na execução correcta daquilo a que se chama o “contra-esterço”, o qual consiste numa manobra aplicada ao flanco da moto.
Uma questão permanece no seio dos motociclistas e passa mesmo para o mundo da alta competição, dividindo pilotos sobre as forças a aplicar no guiador ao executar uma curva a uma velocidade mais elevada. O ideal será forçar o guiador para o lado de fora ou para o lado de dentro da curva?
Segundo alguns pilotos a resposta é “empurrar” o guiador para o lado contrário ao da curva, ou seja, para fora. Isto é o contra-esterço. Segundo os defensores deta técnica, esta é uma acção que fazemos inconscientemente, uma vez que esta é a reacção normal para anular o efeito giroscópico das rodas. Este efeito surge em velocidades a partir dos 35Km/h e torna-se mais notado quanto maior for a velocidade. O efeito giroscópico é um fenómeno físico criado pelo movimento giratório das rodas da moto. A sua tendência é a de manter a moto em pé e em linha recta enquanto houver movimento e velocidade.
A curvatura externa existente nos pneus das motos, também ajuda quando o piloto realiza o "contra-esterço", eliminando a tendência de a moto se manter em linha recta, forçando-a a inclinar-se e "deitar-se' par o lado de "dentro" da curva .Mas isso somente funciona quando a velocidade é superior a 35 km/h, e dependendo do tipo de moto e do tamanho das suas rodas, já que quanto maior for esse diâmetro maior o efeito giroscópico. Em velocidade inferiores a 35 km/h a moto reagem simplesmente como uma bicicleta.
Ao forçar levemente o guiador para o lado contrário ao da curva, o piloto facilita o controle da moto, equilibrando as forças que actuam sobre ela. Parece contraditório, mas o "contra-esterço" serve para ajustar a moto à velocidade e ao raio da curva, podendo fazê-la "deitar" mais ou menos, conforme a necessidade.
Quanto mais força de contra-esterço o piloto aplicar sobre o guiador, mais a moto deitará e fechará a curva. A manobra é importantíssima para quem pilota em alta velocidade, mas também extremamente útil em situações normais.
Curvas?, como vencê-las!
Uma boa forma de curvar sem ter surpresas é saber manter o quilíbrio entre as forças da gravidade e centrífuga.
É nas curvas que se conhecem os bons pilotos, já que rectas é exigida pouca habilidade. Cada estilo e tamanho de moto apresenta um limite diferente qundo falamos de motos.
A Física está sempre presente quando se faz uma curva, uma vez que actuam sobre a moto duas forças básicas A Gravidade e a Força Centrifuga. A gravidade actua quando com a moto inclinada se exerce uma atracção ao solo. A força centrifuga, por seu lado, “empurra a moto para o lado externo da curva
Estas duas forças agem sobre a suspensão e os pneus. É do equilíbrio entre elas e da capacidade de aderência dos pneus à superfície que depende uma curva bem feita. Quanto maior e mais pesada a moto, mais sofrerá com a força centrífuga. O mesmo ocorre com a velocidade: quanto mais rápido formos mais sentimos o efeito da força centrífuga. Mais ainda: quanto mais fechada a curva, maior será a acção da força centrífuga.
A arte de fazer a curva.
O segredo de uma curva bem feita é saber reduzir a velocidade antes de "entrar" nela,. Se for necessário travar utilize o travão tarseiro e dianteiro ao mesmo tempo, antes da curva incline a moto e ocorpo de acordo com a situação, mantenha a velocidade constante e acelere apenas depois de terminar a curva.
Nunca se deve travar dentro da curva. A travagem deve ser feita sempre antes, com a moto ainda na vertical, para então iniciar o movimento de inclinação em velocidade constante.
Em baixa velocidade o piloto inclina mais a moto do que o corpo, ou seja o corpo fica quase na vertical enquanto a moto se deita. Esta técnica é utilizada no dia-a-dia, principalmente quando deparamos com buracos ou outros obstáculos.
Em Média Velocidade o piloto e a moto devem inclinar-se no mesmo ângulo. Esta é a técnica mais comum e utiliza-se também em alta velocidade.
Já em Alta velocidade pode utilizar-se a técnica do pêndulo, esta técnica mais avançada é comum em competição mas desaconselha-se a utilização por pilotos menos experientes (ao fim de mais de vinte anos sobre duas rodas apenas agora começo a utiliza-la). Nesta técnica o piloto inclina-se mais do que a moto reduzindo assim a força centrifuga e permitindo que a moto fique o mais na vertical possivél aumentando a aderência dos pneus. Esta técnica pode ser uma alternativa para piso molhado ou escorregadio.
Executar o pêndulo correctamente exige experiência a treino, factores que se adquirem com maior facilidade em pistas de competição. Nas motos desportivas é mais fácil executar esta técnica uma vez que estes modelos estão vocacionados para uma utilização mais radical.
Numa moto custom, geralmente mais pesada e com plataformas e escape baixo esta técnica é mais delicada de executar uma vez que a postura do piloto não se adapta bem ao movimento necessário do corpo.